arrow_back

Facebook adultera métricas para lucrar mais com publicidade?

Desde 2018, o Facebook enfrenta acusações de enganar anunciantes aumentando expressivamente as métricas de visualização e cobrando por anúncios que, consequentemente, não chegariam ao utilizador final. 

Os documentos que vieram a público mostram registos de e-mails entre funcionários e gerentes de produto a comunicar aos executivos estatísticas e projeções de alcance que aparecem equivocados aos utilizadores, dando-lhes a falsa impressão de sucesso dos seus anúncios. Com o comunicado do erro também foram encaminhadas sugestões de melhoria, mas os e-mails foram ignorados pelos executivos. 

Um gerente de produto percebeu que o Facebook estava a receber receitas que nunca deveriam ser recebidas, pois os anúncios não eram entregues conforme o contrato e esses ganhos foram obtidos em estatísticas erradas. As conversas mostram ainda a tentativa do gerente em rever as métricas e torná-las mais justas para os clientes.

Os advogados responsáveis pela ação de classe apresentaram os documentos como uma prova de que o Facebook tinha conhecimento dos erros e sabia sobre os números expressivamente altos que levaria aos clientes a falsas impressões de sucesso. Mesmo com esse conhecimentos, os executivos seguiram em frente levando o Facebook a lucrar de forma irregular, alegando nas mensagens que mudanças no sentido de melhoria do serviço trariam impactos significativos as receitas.

Esta não é a única denúncia contra o Facebook, que ainda enfrenta acusações de que adiciona contas falsas ou duplicadas às estimativas de alcance das campanhas pagas, o que faz com que a ferramenta mostre métricas para determinadas regiões com valores acima da população daquele território escolhido pelo anunciante.

Outros documentos tornados públicos, desa vez da parte da defesa do Facebook, exibem a rede social a admitir que as métricas de alcance são o principal elemento de tomada de decisão dos anunciantes, mas em nenhum momento admitem o erro publicamente. 

Em 2019, mesmo alegando não ter conhecimento dos erros, o Facebook realizou uma mudança no seu algoritmo na forma como o alcance de anúncios é exibida . Desta forma, o alcance passou a ser calculado de acordo com o número real de exibições, mas assim as contas falsas ou duplicadas continuariam a fazer parte das estatísticas.

O Facebook emitiu um comunicado onde afirmou que as acusações de manipulação não têm mérito e que se defenderá delas nos tribunais. A empresa não explicou sobre a publicação dos documentos que até então eram mantidos em sigilo, a pedido do próprio Facebook, alengando conter segredos comerciais.